Na busca de novas tecnologias que poderão ser adotadas no Agreste, empresários de 24 lavanderias da região estiveram em Blumenau (SC), na 20ª Feira Brasileira de Produtos Têxteis (Febratex), a mais importante do segmento na América Latina. Também visitaram empresas que investem em inovação em prol da sustentabilidade. O intercâmbio, que ocorreu na primeira quinzena de agosto, foi parte do projeto Consciência Limpa, cujo objetivo é pesquisar técnicas que elevem as lavanderias à condição de ambientalmente responsáveis.
O Consciência Limpa é realizado através de uma parceria entre o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), o Sebrae, a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), associações empresariais da região e o Sindicato da Indústria do Vestuário de Pernambuco (Sindivest). Uma das finalidades é diminuir o impacto ambiental das lavanderias, criar um selo verde para as que se readaptarem e, com isso, ampliar a inserção dos micro e pequenos empresários do Arranjo Produtivo Local (APL) de confecções no mercado nacional.
Silva explica que outra tendência em tecnologia já em uso no Sul do País é o sistema de lavagem através do ozônio. Entre as vantagens do método estão a redução do uso de produtos químicos e até de água na lavagem dos tecidos, além do menor desgaste do jeans no processo de lavagem. “Algumas empresas ficaram interessadas em implantar o sistema, pois é uma tecnologia de custo menor e com ele o impacto ambiental é quase zero”, observou.
Segundo o coordenador, as lavanderias do interior do Estado estão num processo evolutivo contínuo e procuram acompanhar as empresas que adotam tecnologia de ponta. “Estamos atrasados, sim, mas não estamos parados. Essa missão empresarial foi importante para os donos de lavanderias verem que existem alternativas sustentáveis possíveis para o desenvolvimento do setor.”
O projeto consciência limpa tem cerca de dois anos e atua em 120 lavanderias em Caruaru, Toritama e Riacho das Almas, Frei Miguelinho, Vertentes e Santa Cruz do Capibaribe.
GESTÃO
Presidente da Associação das Lavanderias de Caruaru, Joanicio Joaquim de Melo esteve na missão empresarial e acredita que, além das tecnologias e informatização das indústrias, é a gestão e a metodologia de trabalho que precisam de avanços. “Tivemos nesta viagem exemplos de empresas passadas de pai para filho há várias gerações, mas que se modernizaram em todos os sentidos, principalmente na capacitação de pessoal para o negócio.”
Para Melo, muitas das tecnologias vistas em Santa Catarina podem ser adquiridas por algumas empresas num curto prazo. “Mas é preciso mão de obra qualificada para trabalhar com inovações. Mesmo que adotássemos essa tecnologia agora, não haveria na região um número suficiente de profissionais para fazer o manuseio e manutenção de técnicas e equipamentos. Acredito, por isso, que o processo de mudança deva durar pelo menos cinco anos”, diz. “Para melhorar o potencial de produtividade, aumentar a competitividade e trabalhar de forma ecologicamente correta, a informatização também é necessária. Mas o Agreste está se mobilizando.”
0 comentários:
Postar um comentário