A Prefeitura de Caruaru, no Agreste pernambucano, investe em projetos para requalificar o Centro. De acordo com o presidente da Empresa de Urbanização (URB), engenheiro Kiko Beltrão, a cidade vai ganhar aspecto mais humanizado e valorizar espaço para pedestres.
A primeira etapa dos trabalhos foi concluída no fim do ano passado com a revitalização da Praça do Rosário. Agora, será criada a Central de Transporte Alternativo e feitas obras no Beco Cultural, onde funcionava o Mercado de Farinha e hoje está o Memorial da Feira de Caruaru.
Um dos problemas no Centro é a quantidade de mercadorias, cavaletes, caixas de lixo e até geladeiras nas calçadas. Em algumas ruas, os espaços viraram estacionamento. De acordo com a designer Socorro Polycarpo, ir às compras na Rua São Sebastião é enfrentar um verdadeiro rali. “Você tem que descer calçada, subir calçada e em alguns lugares elas nem existem”.
A auxiliar contábil Samara Monteiro também reclama. “Aos sábados é praticamente impossível fazer compras em alguns locais. Só dá para caminhar pelo meio da rua, pois a quantidade de gente nos passeios públicos é grande e muitos vendem produtos e espalham entulhos”.
Segundo Beltrão, mais de dez áreas do Centro sofrerão grandes intervenções, entre elas as Ruas Duque de Caxias, Porto Alegre, Tobias Barreto e a Praça Deputado Henrique Pinto (Rua da Matriz). A Duque de Caxias, principal ligação do Centro à Zona Oeste e que dá acesso ao Alto do Moura, será transformada em calçadão exclusivo para pedestres, reivindicação antiga dos moradores e comerciantes.
De acordo com a prefeitura, mais de 20 mil veículos circulam diariamente por essas ruas e será necessária a ação dos engenheiros de tráfego para diminuir o fluxo de carros. “O mais importante são as pessoas, não os veículos. Na Praça Deputado Henrique Pinto, por exemplo, não há nada de praça, apenas um canteiro no meio da rua”, observa o vice-presidente da URB, Bernardo Lopes. “A ideia é fechar um dos lados da rua e transformar a frente da Catedral em uma praça de verdade.”
O presidente da URB lembra também que Caruaru tem hoje quatro shoppings e, se não houver investimento no Centro, o espaço vai virar deserto. “Quem vai às compras quer conforto e comodidade.” O comerciante Júlio Lino sabe disso. “O Centro está precisando ser remodelado. As vendas são prejudicadas pela bagunça, pois muitas vezes o cliente perde a paciência e deixa de fazer compras.”
Beltrão informa que entre os projetos está a construção de dois estacionamentos verticais, por meio de parcerias público privadas (PPPs). Um deles vai funcionar nos Guararapes (área do Centro), terá cinco andares, espaço para eventos e 450 vagas para carros ou motos. O outro ficará próximo à Feira de Caruaru, com uma média de 400 vagas.
A meta da prefeitura é concluir a maioria dos projetos nos próximos quatro anos. Todos deverão estar prontos até 2016.
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