16 de novembro de 2011

Taxa de analfabetismo no Nordeste é três vezes superior à média nacional, revela Censo


Do UOL Notícias 
Em São Paulo
Mesmo em municípios de até 50 mil habitantes na região Nordeste do Brasil é mais de três vezes superior que a média nacional.
O dado consta dos Resultados Definitivos do Universo e dos indicadores sociais municipais, divulgados nesta quarta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na forma de estudos que complementam o Censo 2010, divulgado em abril deste ano.
A divulgação foi feita na sede do instituto, no centro do Rio, e considerou todos os 5.565 municípios brasileiros.
Conforme o levantamento, em todo o país a taxa de analfabetismo da população com idade igual ou superior a 15 anos caiu de 13,63% em 2000 para 9,6% em 2010. Ainda assim, o índice atinge os 28% nos municípios do Nordeste e é maior entre pretos (14,4%) e pardos (13%). Esse contingente representava, em 2010, quase o triplo dos analfabetos entre a população branca, com taxas de 5,9%.
A situação apontada pelo Censo é considerada preocupante no Nordeste também entre os jovens: pouco mais de 502 mil deles, na faixa dos 15 aos 24 anos, declararam não saber ler e escrever. Na região do semiárido, a taxa de analfabetismo também foi bem mais elevada do que a média nacional, ainda que, desde 2000, tenha caído de 32,6% para 24,3% em 2010.
Entre os analfabetos do semiárido, segundo o Censo, a maioria (65%) são pessoas com mais de 60 anos.
30 matrículas na rede pública para cada 100 crianças
Os estudos divulgados hoje trouxeram dados também sobre o acesso escolar das crianças de 0 a 5 anos no país. Para isso, segundo o IBGE, foram utilizados tanto informações do Censo 2010 quanto de matrículas na rede pública referentes ao Censo Escolar 2010 do Ministério da Educação. Os pesquisadores apontaram que a educação infantil ainda tem baixa demanda atendida, com uma média nacional de 29,3 matrículas em escola ou creche na rede municipal e estadual para cada 100 crianças de 0 a 5 anos de idade.
A situação é melhor em Santa Catarina (44,1), Espírito Santo (42,9), São Paulo (36,8), Maranhão (34,9), Piauí (35,9), Ceará (35,1) e Rio Grande do Norte (34,8). Já no Distrito Federal (16,3), Goiás (20,4), Amapá (20,0), Pernambuco (22,5), Rio de Janeiro (23,1), Amazonas (22,9) e Rio Grande do Sul (23,0) a demanda atendida é mais baixa.
O estudo
Os Resultados Definitivos do Universo e os indicadores sociais municipais, estudos que complementam o Censo 2010, reúnem dados sobre sexo, idade, situação do domicílio, emigração internacional e ocorrência de óbitos, por exemplo, além de cor ou raça, registro de nascimento, alfabetização e rendimento, bem como informações sobre composição e características dos domicílios.
Além de dados gerais do país, o estudo segmentou os resultados também para macrorregiões, Estados, municípios, subdistritos, distritos e bairros.
Nos indicadores sociais, os resultados municipais foram analisados a partir de temas como aspectos demográficos, educacionais (analfabetismo), de saneamento e do perfil de distribuição dos rendimentos. Para tal, os pesquisadores se valeram da combinação de um ou mais desses indicadores.
Nas amostras, há informações sobre fecundidade, nupcialidade, migração e escolarização, entre outros.  Ao todo, participaram do Censo 2010 cerca de 190 mil recenseadores. Eles visitaram os 5.565 municípios brasileiros e entrevistaram representantes de 67,5 milhões de domicílios entre 1º de agosto e 31 de outubro. Ao todo, 899 mil residências foram consideradas fechadas.
Na divulgação de abril passado, o Censo apontou uma população de 190 milhões de pessoas em todo o Brasil.

Colaboração: Wendell Galdino.

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