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3 de abril de 2016

Movimento pelo impeachment convoca novo ato para o dia 12 de abril

"Um milhão de pessoas foi pouco! No próximo vamos atrair o dobro!" Era esse o discurso do Movimento Brasil Livre (MBL) ao final do protesto realizado na Avenida Paulista na tarde deste domingo (15). O protesto reuniu um milhão de pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Já o Datafolha anunciou que 210 mil compareceram à manifestação.
Manifestantes contra o governo Dilma se reúnem em frente ao Masp, em São Paulo
Ricardo Chiste
Manifestantes contra o governo Dilma se reúnem em frente ao Masp, em São Paulo
Movimento que se posiciona como grupo jovem, liberal, a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e contra a intervenção militar, o MBL foi o primeiro dos grupos participantes do ato deste domingo a confirmar nova manifestação, que será realizada no dia 12 de abril, às 15h, no mesmo local.

"Os parlamentares do PSDB estão pedindo calma! Não temos calma! Impeachment já! Não vamos esperar essa oposição frouxa, fraca! Vamos agir", bradou Rodrigo Neves, apelidado de "mallufinho". "Não precisamos de milico! A intervenção é do povo!"

São Paulo: Protesto ocupa a Avenida Paulista

O grupo recolheu cerca de quatro mil assinaturas em favor do impeachment da presidente. Para eles, novos protestos fortalecerão seus objetivos. "Encontramos motivos jurídicos para isso. A Dilma cometeu improbidade administrativa, tanto com a Petrobras quanto em relação às crises econômica e política", disse ao iG Kim Kataguiri, um dos fundadores. "Já temos base para exigir sua saída."

Vem pra Rua

O consultor Rogerio Chequer, de 46 anos, se tornou uma das caras das manifestações contra o governo petista e a presidente Dilma Rousseff. Um dos líderes do Vem pra Rua, grupos que também esteve na organização das manifestações deste domingo, ele disse que já esperava levar 1,2 milhão de pessoas para a bebida paulista.

Rogerio Chequer, líder do 
Ana Flavia Oliveira/iG
Rogerio Chequer, líder do "Vem pra Rua"
"Eu sabia que iria ser bem grande porque estamos fazendo saída desde o ano passado e vemos que o tamanho da saída foi crescendo à medida que a indignação foi crescendo", disse.

Chequer diz que por enquanto não é a favor do impeachment da presidente, mas afirma que ainda pode mudar de posição. "Nós estamos abertos a mudar nossa posição. A quantidade de fatos contra a presidente é grande. Sabemos que tem uma questão jurídica. Mas ninguém sabe o que pode acontecer. As denúncias estão surgindo a todo momento."

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Sobre o ato já agendado para dia 12 de abril pelo Movimento Brasil Livre (MBL), Chequer ainda não confirmou a participação do Vem pra Rua. "É uma possibilidade. Nós estamos analisando. A data de 12 de abril já foi muito cogitada. A gente em breve vai anunciar a data da próxima", diz.

O consultor classificou como "maravilhosa" a participação popular neste domingo.
"Tivemos pessoas de várias idades e classes sociais", disse.

Reação: Em resposta aos protestos, Dilma deverá apresentar pacote anticorrupção

O carro do Vem pra Rua reuniu alguns famosos, como o ator Malvinas Salvador e o ator Juca Chaves. Aos 76 anos, Chaves conta que fez a primeira sátira musical política contra o ex-presidente Juscelino. "Satirizei todos os presidentes até hoje. Só não fiz para a Dilma porque acho que ela vai cair antes de a música fazer sucesso".

Juca Chaves, compositor, músico e humorista brasileiro, também participou dos protestos
Ana Flavia Oliveira/iG
Juca Chaves, compositor, músico e humorista brasileiro, também participou dos protestos
Apesar da certeza de queda da presidente, ele não é a favor do impeachment. "Seria a favor se realmente houvesse troca de governo, mas não tira o governo. O impeachment é perigoso. A saída tem de ser pelo fracasso. A Dilma tem de se autoexilar e assumir que errou a fórmula ao seguir a cartilha dos comunistas."

Rio de Janeiro

No Rio, Pedro Souto, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL), disse que a manifestação que reuniu 15 mil pessoas superou as expectativas dos organizadores. “Foi um movimento muito grande, muito bonito e tranquilo. As pessoas foram democraticamente para as ruas e pediram o que elas queriam pedir. Algumas pessoas subiram no trio e falaram ao microfone coisas que eu concordava, outras coisas que eu não concordava. Mas esse era o espírito da coisa", disse em entrevista ao iG.

Ainda de acordo com Pedro, a plataforma de protesto do Brasil Livre é totalmente contra a intervenção militar, como muitos clamaram durante a manifestação. “O que defendemos e queremos é um País menos corrupto, mais honesto, um governo melhor. Sou estudante de engenharia, tenho 21 anos, e falei muito sobre educação durante a manifestação. Universidades que estão sem aulas, professores sem salários. Enfim, nós criticamos muito o governo em vários pontos”, falou.

Sobre a saída de Dilma Rousseff do poder, Pedro jogou a bola para o povo. “Eu acho que a população tem de pedir isso, tem de ser um movimento natural. E se o povo pedir, o impeachment é uma opção. O que queremos é apenas um país melhor.”
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