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26 de julho de 2016

Primeira vacina contra dengue vai custar até R$ 138 por dose

As doses da primeira vacina contra a dengue aprovada no país vão custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53 em clínicas e hospitais particulares. Os preços tabelados foram divulgados pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) nesta segunda (25). 
O tratamento com a vacina da Sanofi Pasteur inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas. O custo da vacinação em clínicas particulares pode ficar mais alto pela cobrança da aplicação. 
A vacina aprovada em dezembro de 2015 só é indicada para pessoas entre 9 e 45 anos. Ela é mais eficiente em pessoas que já contraíram dengue do que em pessoas que nunca tiveram a doença, afirma a Anvisa.

Os índices de eficácia são considerados baixos por especialistas. A média é de 66% entre os quatro tipos de vírus da dengue, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.


Em maio deste ano, o Ministério da Saúde havia informado que seria "praticamente impossível incorporar a vacina da dengue ao calendário de vacinação da rede pública. 

No entanto, redes municipais ou estaduais podem decidir comprar doses da vacina. A Secretaria Estadual do Paraná informou que vai aplicar a vacina nesta terça (26) em Paranaguá, em uma parceria com a empresa francesa. Não foi informado o número de doses que serão aplicadas. 
Vacina do Butantã começou a ser testada em humanos

Nesta segunda (25), o Instituto Butantan iniciou testes da sua vacina em humanos no Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza (CE). Cerca de 1,2 mil pessoas entre 2 e 59 anos serão imunizadas durante o estudo, que constitui a terceira e última etapa de testes antes de a vacina ser submetida à aprovação da Anvisa.

Somente após a aprovação, a vacina poderá ser ser produzida em larga escala pelo Butantan e disponibilizada para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil. 

Além de Fortaleza, também serão realizados testes clínicos no Recife (PE) e Aracaju (SE). Já há testes simultâneos acontecendo em Manaus (AM), Boa Vista (RR), no Estado de São Paulo e em Porto Velho (RO). Ao todo, os testes envolverão 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do Brasil. 

Há ainda duas vacinas contra dengue sendo desenvolvidas pela empresa Takeda e pelo Instituto Bio-manguinhos/Fiocruz (em parceria com a GSK).

Neste ano, o Brasil já soma quase 1 milhão de casos de dengue. Em 2015, o país registrou recorde da doença, com mais de 1,6 milhão de casos.
Tire suas dúvidas
1) O que é a vacina aprovada pela Anvisa?

A Dengvaxia é a primeira vacina registrada contra a dengue no Brasil. O medicamento é destinado ao público entre 9 e 45 anos de idade e é contra indicado para gestantes, mulheres em período de amamentação e pessoas em tratamento médico de doenças graves, a exemplo do câncer. A vacina tem que ser aplicada em três doses, a cada seis meses.

Ela é mais eficiente em pessoas que já contraíram dengue do que em pessoas que nunca tiveram a doença, afirma a Anvisa.
2) Qual a diferença entre esta e a vacina do Butantã?

A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã ainda está na fase final de testes, mas tem apresentado resultados melhores do que a vacina criada pela Sanofi Pasteur. "Os resultados são animadores. A vacina do Butantã poderá ser mais barata e mais eficaz para os quatro sorotipos do vírus da dengue, além de ser necessária apenas uma dose para sua aplicação", explica a infectologista Mônica Jacques de Moraes.

Não há previsão para aprovação final da vacina do Instituto Butantã pela Anvisa. A Fundação Oswaldo Cruz e o laboratório japonês Takeda também desenvolvem suas vacinas contra a doença.
3) A vacina contra dengue também protege contra o vírus da zika?

Não. "O vírus da zika e o vírus da dengue são transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, mas esta vacina só protege a pessoa contra o vírus da dengue. Portanto, a pessoa que receber esta vacina, não estará protegida contra o vírus da zika que causa a microcefalia em bebês, ou contra o chikungunya," explica a diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Mônica Jacques de Moraes. Ela lembra que a dengue é uma doença infecciosa causada por quatro sorotipos de arbovírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4).
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