Após 15 dias da polêmica sobre a contratação do show do cantor Wesley Safadão na festa junina promovida pela Prefeitura de Caruaru, ainda não há definição das instituições de caridade que receberão a promessa feita pelo artista de doar o cachê de R$ 575 mil pagos pela apresentação. No dia primeiro de julho, a gestão caruaruense anunciou que efetuou o pagamento pela apresentação, realizada no dia 25 de junho, no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga. No entanto, a assessoria de Safadão afirma que ainda está definindo os beneficiados e que ele somente deverá fazer o anúncio no final deste mês.
Novela
A novela em torno da apresentação teve início quando três advogados do município do Agreste ingressaram com uma ação popular solicitando a suspensão do show de Wesley Safadão no São João da cidade. A justificativa era a suspeita de superfaturamento no cachê do cantor, que causava prejuízo aos cofres públicos do município. A ação tinha como base os valores negociados com o artista para uma apresentação no São João de Campina Grande, que seria de apenas R$ 195 mil. O valor foi contestado por representantes do cantor.
O pedido foi acatado em primeira instância pelo juiz José Fernando Santos de Souza que deferiu uma liminar suspendendo a apresentação. Em resposta a uma ação de agravo impetrada pela administração de Caruaru, o desembargador José Viana Ulisses revogou a liminar no mesmo dia. O magistrado alegou que os recursos utilizados para o pagamento do show estavam fora do orçamento do erário municipal e eram pagos por meio de patrocinadores privados, o que ia de encontro a queixa de que a apresentação trazia prejuízo aos cofres públicos.
O Ministério Público Federal (MPF) também entrou nas investigações sobre possíveis irregularidades na contratação do show e solicitou ao prefeito de Caruaru, José Queiroz, e à Fundação de Cultura do município explicações sobre a diferença dos cachês pagos por Caruaru e Campina Grande.
Mesmo com o imbróglio público, o show de Wesley Safadão foi realizado no dia 25 junho, durante os festejos juninos, com a garantia dada pela liminar do desembargador. No palco, o cantor anunciou o gesto de doar todo o valor do cachê da apresentação para instituições de caridade do município. Na época, a assessoria do cantor divulgou que estava levantando as instituições filantrópicas da cidade e que teria o auxílio do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) para fazer o repasse.
Dois dias após o show, a ordem de pagamento da apresentação chegou a ser anulada pela Fundação de Cultura do município. A justificativa foi que o pagamento foi cancelado para que os patrocinadores arcassem com o cachê. No dia primeiro deste mês, prefeitura e assessoria do cantor confirmaram que o valor foi pago, mas até hoje não divulgaram as empresas que serão beneficiadas pela doação prometida pelo cantor.
Com informações da Folha de Pernambuco
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