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7 de dezembro de 2017

O futuro que queremos, a cidade de que precisamos


Nem só de frevo, suor e cerveja vivem os recifenses. Durante os últimos quatro dias, quem circulou pelo Bairro do Recife entrou em lua de mel com a nossa cidade. Foi como se a desesperança de resolvermos os problemas da violência, da precariedade dos serviços públicos e da falência do sistema político dessem lugar à disrupção criativa, à inovação inclusiva, à arte solidária. Compartilho, a seguir, alguns registros e impressões que tive das atividades de que participei.
Marés crescentes: aquecimento global e cidades inundadas. No painel, as mudanças climáticas e o aquecimento global estiveram no centro do debate. No vídeo abaixo, Francis Lacerda, meteorologista do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) alerta para o fato de Recife ser um hotspot do clima e das necessárias políticas públicas para proteger milhares de cidadãos.
Desse mesmo painel, participou o arquiteto italiano Arturo Vittori, cofundador da ONG Warka Water e idealizador da Torre Warka, que capta umidade do ar e a armazena como água potável, produzindo até 100 litros de por dia. O equipamento é feito de bambu e pode ser construído em até quatro dias, a um custo de 550 dólares. Embora não o tenhamos entrevistado, você pode conferir abaixo a apresentação de Arturo no TEDxFHKufstein, realizado na Áustria em 2016.
Paralelamente ao debate sobre a “cidade submersa”, num outro painel era debatida a “cidade seca”. Um dos convidados era o empresário Edilson Tavares, da Lavanderia Mamute, em Toritama, que inovou ao implantar uma estação de tratamento para reuso de água no seu negócio e hoje, como prefeito da cidade, procura levar sua experiência para todo o polo de confecções.
Permacultura e Enzimas orgânicas: como ajudar a cuidar das águas da minha cidade
Na sexta-feira (30), tive o privilégio de fazer parte de uma das oficinas da programação, a convite de Mikhail Veklenko, jovem urbanista russo e diretor da Urban Factory que veio ao Recife para compartilhar sua experiência na despoluição de águas de rios, lagos e esgotos por meio da utilização de enzimas produzidas a partir de lixo orgânico de doméstico. A solução é disruptiva não apenas pelo baixo custo, mas também por sua escalabilidade. Imagine, no caso de Pernambuco, que algumas centenas de cidadãos-voluntários recebam capacitação para produzir enzimas em suas comunidades, em diferentes longitudes do território estadual, e a introduzi-las no Rio Capibaribe. Qual não seria o resultado?


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