Se a briga interna entre o vice-governador Raul Henry e o senador Fernando Bezerra Coelho pelo controle do partido não tem prazo para acabar, nas bases do PMDB - cujo nome foi alterado para MDB, mas ainda não foi registrado - paira a incerteza. Atualmente, a legenda tem, no Estado, 17 prefeitos, 15 vices-prefeitos, 160 vereadores, três deputados estaduais e dois federais. Um desempenho de 138% - em relação à direção passada - sob o comando da atual gestão. Mas a falta de clareza sobre quem comandará o partido nas próximas eleições, também já começa a refletir na base.
Enquanto Henry mantém o apoio de boa parcela dos prefeitos peemedebistas, como os de Palmares, Afrânio e Toritama; outros estão rumando para FBC, caso do prefeito de Lagoa Grande, Vilmar Cappellaro. Há, também, os gestores indecisos, como o prefeito de Salgueiro, Clebel Cordeiro, que apesar ter entrado no PMDB por meio de FBC, mantém compromisso com Jarbas e Henry. "Espero que esse mal entendido se revolva. Vou tomar a minha decisão em 2018", avisou.
Entre os aliados de FBC, o entendimento que se tem é que no Sertão, o senador conseguirá atrair mais apoio, pela sua história, influência e conhecimento das lideranças, apesar de contar com a oposição do ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, que vê na intervenção "uma grande violência política".
"O PMDB Nacional parece ter jogado às favas qualquer conceito de ética , moral , legalidade... Basta ver onde estão seus principais dirigentes. Presos ou protegidos no foro dos privilégios", disse Lóssio.
Em Petrolina, a maior parte dos vereadores é da base do grupo dos Coelhos, embora o presidente municipal do MDB e vereador, Paulo Valgueiro, já tenha declarado que manterá oposição aos Bezerra.
RMR
O calo do senador para angariar apoio, entretanto, está na Região Metropolitana do Recife. Enquanto esteve no PSB, o seu principal apoio era o prefeito de Recife, Geraldo Julio. Agora, no `PMDB, Bezerra Coelho busca apoio de outras legendas para o seu projeto majoritário. O nome mais próximo é o do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR).
Na avaliação do cientista político da Universidade Federal Fluminense (UFF), Antônio Lucena, é difícil prever quem está perdendo ou perderá apoio com a mudança de comando. Entretanto, Lucena considera que FBC assumindo o comando tem mais possibilidade de capitalizar os aliados de Henry por ter "capital político maior" e Henry não ter perfil de mobilização.
Folha Pe
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