Para desarticular uma organização criminosa liderada por um funcionário do Banco do Nordeste, a Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na manhã desta terça-feira (24), a segunda fase da Operação Impunitas. Além do bancário Alexandre de Morais Hissa, também está sendo procurado o empresário Sandro Alves de Moura Júnior. Eles são investigados por gestão fraudulenta de instituição financeira, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas ultrapassam os 10 anos de reclusão. Foram decretadas medidas cautelares sobre o caso, incluindo o sequestro patrimonial avaliado em R$ 8,5 milhões, a quantia é referente ao prejuízo estimado, a princípio, como sendo causado pela organização.
De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Surubim, Caruaru, Toritama, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. Para realizar a tarefa, foram deslocadas 11 equipes de policiais. Também foram expedidos dois mandados de prisão, no entanto, os suspeitos não foram localizados em seus respectivos endereços. Foram recolhidos nos locais das buscas: documentos, celulares, mídias de computador e veículos.
Alexandre de Morais Hissa foi gerente geral de agências do Banco do Nordeste em Santa Cruz do Capibaribe e Palmares, entre 2015 e 2018. Segundo as investigações, ele atuava com a coliderança de terceiros na cooptação de “laranjas”, utilizando empresas de fachada e documentos falsos para instruir operações de créditos obtidas junto ao BNB com recursos desembolsados, em sua maioria, do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste.
As informações descobertas com as investigações também foram compartilhadas com a Secretaria da Fazenda Estadual (SEFAZ/PE) e com a Receita Federal do Brasil. Para a PF, a medida é essencial para o aprofundamento das apurações, inclusive, já tendo utilizado um apoio da SEFAZ em algumas demandas.
Primeira fase das investigações
O trabalho, desenvolvido em estreita parceria com o Ministério Público Federal em Caruaru, teve sua primeira fase deflagrada no dia 11 de junho deste ano. Na época, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, levados para preservar provas e garantir a recomposição dos prejuízos financeiros causados pelo esquema. Após a análise do material apreendido, foram encontrados novos indícios de participação de terceiros inicialmente não identificados, motivo pelo qual se fez necessária a decretação de novas buscas em endereços de pessoas relacionadas aos crimes de falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Durante as diligências, também foi possível obter indícios da prática de crimes de obstrução à Justiça e lavagem de dinheiro.
Denúncie
Todas as buscas e apreensão foram cumpridas nesta terça-feira, porém os dois alvos que tinham mandados de prisão preventiva decretados não foram encontrados em suas residências. Alexandre Morais, 39, é natural de Natal (RN), mas mora em Casa Caiada, Olinda, e Sandro Alves, 30, é natural de Escada, mas mora em Cajueiro Seco, Jaboatão. Os dois são considerados foragidos. Quem tiver informações que possam contribuir com o trabalho da polícia na localização dos citados pode entrar em contato através do Disque-Denúncia pelo número (81) 3421-9595. O anonimato é garantido.
Operação Impunitas – O nome da operação foi selecionado, segundo a PF, em virtude da crença dos suspeitos na impunidade, considerando que, mesmo ciente das investigações, eles continuaram a atividade delitiva, inclusive, dificultando a apuração criminal.
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