A Roma Jeans, especializada na fabricação de tecidos Denin (jeans), construirá uma unidade fabril em Toritama, reforçando os investimentos do Grupo Asa Branca, sediado nesse município, no setor têxtil pernambucano. A empresa é uma das aprovadas durante a 109ª reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic), realizada nesta quinta-feira (26/12), na sede da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), para receber incentivos fiscais do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe), ofertados pelo Governo do Estado às indústrias, centrais de distribuição e importadores atacadistas. Trata-se de um dos principais projetos aprovados no Condic, sendo o maior em número de empregos com a previsão de criar 254 novos postos de trabalho e o segundo maior em investimentos com aportes de R$ 75 milhões. Com o Prodepe, a empresa desfrutará de crédito presumido a ser aplicado sobre o saldo devedor do ICMS normal de até 90%, percentual estipulado para indústrias instaladas no Agreste.
Os investimentos na fábrica incluem a aquisição do terreno, construção da fábrica, importação de máquinas e toda a operacionalização da planta industrial. As obras de construção devem começar no primeiro trimestre de 2020. O empreendimento, localizado na BR-104, Km 32, próximo ao Parque das Feiras em Toritama, possui, ao todo, 10 hectares e terá 55 mil m² de área construída. A expectativa é que a empresa promova a geração de 254 novos postos de trabalho a partir de 2021, quando as atividades de produção forem iniciadas.
A Roma Jeans vai fabricar cerca de um milhão de metros de tecido Denin (jeans) por mês. Atualmente, o mercado local é abastecido com tecidos trazidos de outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Ceará. O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Roberto Abreu, reforçou a criação de novas vagas de emprego com a implantação da fábrica. “O empreendimento irá se instalar no coração do polo de confecções de Pernambuco, na área onde mais se consome jeans no Brasil. Esse projeto chega para reforçar a matriz de empresas estruturadoras de Pernambuco e irá estimular a criação de empregos no interior, que é nosso foco principal”, comemora.
Pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial aponta que a produção de confeccionados em Pernambuco alcança 225 milhões de peças. Desse total, 54 milhões são jeanswear (calças, camisas, bermudas, saias e jaquetas) representando 18% da produção de jeans do Brasil. O estado, aliás, é o maior produtor de peças jeans do Brasil.
INDÚSTRIAS DO SETOR TÊXTIL APOSTAM EM PERNAMBUCO
Neste ano, duas outras empresas do setor escolheram Pernambuco para investir. Em agosto, o Grupo Santana Textiles, originário do Ceará, anunciou a construção da fábrica Nova Tecelagem e Fiação. A unidade será instalada em Bezerros em 2020, trazendo para o município aportes de R$ 100 milhões e expectativa para a geração de 545 empregos diretos, quando a produção estiver a pleno vapor.
A Bandeira Têxtil, segunda empresa do segmento a apostar em Pernambuco em 2019, ganhou o apoio do governo para a ampliação da sua estrutura. Toda a empresa passará a funcionar no terreno doado à empresa pela AD Diper, localizado em Limoeiro e avaliado em R$ 613 mil. O investimento privado será de R$ 15 milhões nessa ampliação. Com a realocação para o novo terreno, será possível aumentar a produção em 40% e gerar mais 90 empregos diretos. O plano de ocupação e expansão se completará em dois anos.
CÂMARA SETORIAL TÊXTIL E CONFECÇÕES
A chegada da Roma Jeans fortalece o setor que vem crescendo em Pernambuco e movimenta R$ 5,6 bilhões por ano. No início de dezembro, foi criada oficialmente a Câmara Setorial Têxtil e Confecções. O colegiado é formado pela Federação das Indústrias de Pernambuco; Associação Comercial e Empresarial de Caruaru; Associação Comercial e Industrial de Toritama; Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe; Sindicato das Indústrias do Vestuário; Sindicato da Indústria da Fiação e Tecelagem; Moda Center Santa Cruz; Polo Caruaru e pelo Sebrae-PE.
Em setembro, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico anunciou um pacote de medidas em prol do crescimento da cadeia. As ações foram divididas em três frentes integradas: a primeira tratava da instalação da Câmara Setorial Têxtil e de Confecções, para discutir a conjuntura e as soluções do segmento; a segunda versava sobre a interiorização das ações do Marco Pernambucano da Moda, que a partir de agora adquire protagonismo regional, com a mudança da sede para Caruaru; o terceiro eixo tratava da criação do Comitê Deliberativo do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Têxtil (Funtec).
O Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Têxtil foi instituído há quase dez anos, por Lei Estadual (nº 13.958/2009), para fomentar o segmento. O orçamento é vinculado à SDEC e, desde então, passou a ter gestão compartilhada com a iniciativa privada e prefeituras das cidades que mais contribuem com o fundo.
Atualmente, a arrecadação de 0,27% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) antecipado pelas indústrias garante cerca de R$ 700 mil por ano ao Funtec. As ações são executadas pelo Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções de Pernambuco (NTCPE), organização social privada, instituída em 2012, para promover a interlocução entre poder público, empresas, academia e entidades de apoio ao setor.
DO MARIO FLAVIO
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